Nossos maiores medos: viver e amar.
Poucas coisas provocam tanta estranheza quanto uma vida bem vivida.
Nada causa tanta revolta quanto o amor.
A vida é um salto em um abismo iluminado.
Viver é abrir os braços e doar o coração enquanto se retorna às sombras.
Mas saltar não basta. É preciso aprender a apreciar a queda.
Pulamos sem corda. Uns mais cedo, outros, mais tarde — todos nos esborrachamos contra o chão!
Tenho escutado que não devo amar, não devo sentir, que sou exagerado. A cena é sempre a mesma. Mal chego a um novo espaço e tentam me acomodar. Oferecem-me cadeiras, me servem café e biscoitos.
Aprendi a dizer NÃO.
Pois a mensagem é sempre a mesma — não viva, não ame.
Mas há muitas maneiras através das quais eu também posso dizer NÃO. Por que concordar com os disfarces da morte e do desamor?
Hoje, quando penso na plenitude da vida, me vêm à mente imagens de morte.
Um revólver em um jogo de roleta russa.
Uma moeda travada na garganta.
Um copo de veneno com gosto singular. Compreendo, pouco a pouco, o sentido da finitude.